Água Micelar - razões pelas quais deixei de a usar

A água micelar anda por todo o lado. Toda a gente usa, todas as marcas têm uma, é uma febre. Também eu me converti à água micelar e tenho três diferentes cá em casa. Mas, deixei de as usar, praticamente. Porquê?

Antes de me explicar, vamos lá tentar perceber o que é a água micelar. Não é um tónico, não é um produto de limpeza facial puro e duro, é uma solução que, ao conter moléculas solúveis em água e em lípidos, absorve as partículas de sujidade , arrastando-as da pele. Há pessoas que a usam para limpar a cara toda, de manhã, por exemplo; outras usam-na um pouco para tudo - retirar a maquilhagem dos olhos e dos lábios, a base ou tudo o que pusemos na pele, o protetor solar ou apenas para corrigir uma falha ou outra ao aplicar maquilhagem.

Então mas se é um produto assim tão versátil, por que razão já não a uso?
A água micelar, apesar de retirar bem a maquilhagem, não deixa a pele completamente limpa. Já experimentaram passar mais um disco de algodão pela cara, quando acham que já retiraram tudo e a pele parece limpa? Há sempre qualquer resíduo que fica, infelizmente. Temos sempre que passar a uma segunda ronda, com um bálsamo, um óleo de limpeza, ou outro produto que deixe a nossa cara bem limpa.
De manhã, como estas águas retiram tudo o que está na pele, deixa-a tudo menos confortável e hidratada, como se estivesse desprovida dos seus óleos naturais, que lhe fazem falta para manter o seu equilíbrio.
Atenção que pode haver muita gente que se sinta muito bem a usar estas águas e que não concorde com o que estou a escrever mas a verdade é que, para mim, a água micelar não funciona como produto exclusivo para limpar a pele.


Quando, durante o ano passado, a minha cara estava cheia de bolinhas de gordura internas, algumas mais dolorosas, outras apenas horríveis de se sentir quando passava a mão pela cara (ah, e horríveis de se ver, também), a minha rotina de limpeza e/ ou remoção da maquilhagem passava muito por este produto. Normalmente associado a um gel de limpeza, daqueles que fazem muita espuma, caraterística que assumimos estar a deixar pele limpinha, limpinha. Depois, o mais certo era usar um creme hidratante para pele mista ou oleosa e estava feito. O objetivo era controlar a produção de oleosidade da pele, aquilo que eu achava que estava a descontrolar a minha cara.

O desespero chegou a um ponto tal que comecei à procura de uma razão, para além de uma excessiva produção de gordura da pele, e a resposta que encontrei não poderia ser mais espantosa.
A minha cara estava tão desprovida de óleo natural, de hidratação e nutrição, que cada vez produzia mais gordura para tentar compensar essa lacuna. Como eu só a limpava que nem uma maluca mas não repunha nada a nível de hidratação, o desequilíbrio era cada vez mais acentuado e a pele estava cada vez pior.
Troquei tudo o que estava a usar mas, principalmente, alterei a minha maneira de limpar a pele. Agora privilegio óleos, bálsamos e não uso nada que faça espuma ou que seja destinado para peles oleosas e/ ou jovens, apesar da minha pele continuar a ser mista.
E tem funcionado.

Como continuo, então, a usar as três águas micelares que tenho em casa?

Já sei que assim me vão durar uma eternidade mas só uso água micelar em duas situações: se a maquilhagem dos olhos ou dos lábios for tão difícil de tirar que necessite de um empurrãozinho e de uma passagem com um algodão; ou para limpar algum deslize quando estou a maquilhar-me. Para isso é ótima.

E pronto, é isto. As fãs da água micelar, se se dão bem com ela, continuem a usá-la. Eu, e a minha cara, preferimos mantê-la distante. Presente mas apenas em ocasiões especiais, contadas pelos dedos de uma mão. Por muito prática que seja. Que cara maricas eu tenho!