28 de março de 2015

Desintoxicação Social

Toda a gente acaba por ter consciência de estar "presa" às redes sociais e afins, como se de um terceiro pulmão se tratasse, tão necessário e vital como os outros dois com que nascemos. O telemóvel (ou o tablet, computador, etc) acaba por ser o prolongamento do nosso braço, aquele que tudo capta, regista, fotografa, grava e reproduz, passando ao mundo (ou a quem estiver interessado) aquilo que queremos partilhar com ele (e que, hoje em dia, é praticamente tudo o que fazemos).

Neste momento, em que assistimos a um "brotar" de bloggers e Youtubers que publicam livros e são imagem de variadíssimas marcas e eventos, pergunto-me o que acontecerá daqui a alguns anos, quando surgirem outras formas de promoção dos produtos ou quando o público se mostrar cansado de ver as mesmas coisas, ler os mesmos posts e assistir aos mesmos vídeos.

Por outro lado, estas pessoas, que abdicam (ou escolhem, ou preferem) de ter uma vida mais reservada, sem câmaras sempre presentes, não podendo guardar para si a maioria dos momentos do seu dia a dia, não estarão também saturadas de tanta pergunta ("De onde é essa camisola?", "Onde compraste essa carteira?") tanta cobrança ("Mas afinal, tu não trabalhas?", "Não há post novo no blog há dois dias!!!") e, o pior, de tanta inveja e antipatia que algumas pessoas acham que deve rechear os seus comentários, uns anonimamente, outros, mais corajosos, através dos perfis criados pelas plataformas que têm à disposição?

Dei por mim presa a este "trabalho" de andar sempre ligada à pagina do Facebook e ao Instagram do blog a toda a hora. Apesar de não ter uma vida profissional que me permita estar sempre perto do telemóvel, as pausas que faço entre aula e aula serviam para visitar "a cela", ler ou ver o que se tinha passado desde a minha última entrada e tentar ter tempo para postar alguma coisa.

Ridículo, certo? Passou a não ser divertido, a ser uma obrigação, como se a minha vida dependesse disso. O "terceiro pulmão" a reclamar atenção, a dizer-me que, sem ele, eu não respiraria muito mais tempo sozinha.

Espero não ser mal interpretada, adoro escrever para o blog, partilhar aquilo que me apaixona, que me surpreende, que acho que as pessoas que gostam dos mesmos assuntos que eu também vão gostar de saber. Mas há dias que apetece estar assim.

Hoje apeteceu-me desligar. Sem Facebook, sem Instagram, sem nada que me ligasse "ao mundo".
Amanhã estou de volta.

1 comentários:

  1. Percebo-te perfeitamente.
    No dia em que deixar de me divertir, fecho o tasco, sem pré-aviso.
    Para já, só desfruto, porque gosto mesmo disto (e já lá vão nove anos, com uma pausa de dois meses, apenas). :)

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